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BERTHET, G.

O foco da pesquisa é fruto do diálogo de três elementos: a necessidade de aprofundamento temático para contribuir no projeto, a especialização de formação do autor em agroecologia, e a sua experiência prática em educação popular. Assim, para produzir uma pesquisa mais adequada possível, foi escolhido trazer para o debate uma contribuição para a construção de um método pedagógico para a transição agroecológica de assentamentos da reforma agrária. Através deste foco, buscou-se responder a seguinte pergunta norteadora: como processos educadores contribuem para a transição agroecológica de assentamentos da reforma agrária ?

MORAES, F. C.; PORTUGAL, S.; RAYMUNDO, M. H. A.; SILVA, L. F.; BARDINI, I. F.; SILVA, R. F. S.; SORRENTINO, M.

Apresentar as experiências em educação agroecológica realizadas pelo Laboratório de Educação e Política Ambiental – Oca/ESALQ/USP é trazer para diálogo e reflexão seu próprio fazer pesquisador, enquanto uma instância que se assenta na universidade pública. As ações de ensino, pesquisa e extensão se materializam por meio de diferentes atividades e grupos, dentre eles, o da Alfabetização Agroecológica Ambientalista. Este grupo vem desenvolvendo ações educadoras no Estado da Bahia, junto aos movimentos sociais do campo e outros atores, e tem como objetivo apoiar a implementação de políticas públicas de transição para sociedades sustentáveis, com reforma agrária agroecológica, florestas biodiversas, agricultura familiar, educação ambiental e do campo. A iniciativa localiza-se numa região de importância máxima quanto à biodiversidade, de múltiplas conformações das relações sociais e de conflitos agrários, especialmente com as áreas da monocultura de eucalipto.

REZENDE, A. P. C; SANTOS, J.; ALVES, J. M.; SORRENTINO, M.; KAGEYAMA, M.

Tendo a agroecologia como estratégia de desenvolvimento rural para assentamentos de reforma agrária, o presente trabalho visa contribuir no planejamento dos futuros lotes das famílias do Assentamento Jacy Rocha – Prado/BA, seguindo os princípios da agroecologia, aplicando conceitos e princípios ecológicos no desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis, tendo a biodiversidade, os sistemas agroflorestais e a educação popular como elementos fundamentais desta construção. Desta forma, este estudo parte dos sonhos das famílias levantados em um diagnóstico socioeconômico que entrevistou cada uma das famílias, seguido do trabalho técnico coletivo de pesquisa e proposição de arranjos produtivos em desenvolvimento junto à Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST e da equipe do Programa Assentamentos Agroecológicos vinculado ao Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão em Educação e Conservação Ambiental NACEPTECA, da Universidade de São Paulo/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - USP/ESALQ.

Rafael Bitencourt (MTB 51.477/SP)
COLABORAÇÃO:
Valéria Freixêdas, Fábio Frattini, Fernanda Moraes.
PROJETO GRÁFICO: Tempo D Comunicação e Cultura @tempodcom

Resumo das principais atividades de extensão acolhidas pelo Núcleo no período de janeiro até junho de 2022.

CARVALHO, Aline¹; SILVA, Vanessa A. M.; CRUZ, Mario S. S.; GALATA, Renato F.; CRESPI, Danielly; SANTOS, João D. dos

A criação de frango caipira em assentamentos rurais é uma atividade realizada em grande parte das propriedades, seja para consumo ou comercialização. O desenvolvimento de tecnologias que auxiliem a produção com instalações e práticas apropriadas é de grande importância para essas comunidades, devido ao baixo potencial de investimento e precariedade das estruturas. O Projeto “Assentamentos Agroecológicos no extremo sul da Bahia” desenvolve soluções agroecológicas juntamente aos agricultores acampados da reforma agrária dessa região. Esse trabalho relata a experiência de um lote demonstrativo no desenvolvimento e divulgação de tecnologias para produção de Frango Caipira, reunindo elementos de manejo que possibilitem a criação de forma agroecológica, diminuindo a incidência de doenças, melhorando a produção e gerando renda e alimento para esses agricultores familiares.

BERNARDES, M. C. N.

É preciso pensar as diferentes formas de comercialização dos produtos agroecológicos na busca de geração de renda e soberania alimentar, assim destacam-se as feiras, as lojas dos produtores, os grupos de consumo e certas políticas públicas alimentares enquanto venda direta, também conhecida como circuitos curtos de produção e venda. Os circuitos curtos são definidos como modos de venda direta com no máximo um intermediário. Para tanto, esta pesquisa de estágio profissionalizante realizada nos acampamentos/assentamentos do Extremo Sul da Bahia é de contribuir no diagnóstico e estudo de mercado, com foco nas feiras de três municípios referência (Itamaraju, Prado e Alcobaça), visando às estratégias de comercialização para assegurar a produção agroecológica e a renda dos camponeses na região.

XAVIER, F., CRUZ, M. S. S., SANT´ANA, C. de S.; GALATA, R. F., CRESPI,D., CARVALHO, A., SANTOS, J. D.

O curso de Manejo Agroecológico do Cacau-cabruca ocorreu no Pré-assentamento Deus me Deu, localizado em Santa Maria Eterna, distrito de Belmonte, Bahia. Esta comunidade possui uma área de cacau-cabruca coletiva. Contudo, os tratos culturais realizados pelos agricultores eram mínimos, assemelhando-se ao extrativismo. A fim de valorizar o potencial produtivo desta área de Cabruca, o Projeto Assentamentos Agroecológicos da ESALQ/USP propôs à comunidade a realização do referido curso. O Pré-assentamento é composto por pessoas muito carentes, de maioria não alfabetizada. E diante desta realidade local, buscou-se propor diferentes metodologias participativas que possibilitassem a melhor compreensão dos temas propostos. Visando especialmente estimular a percepção dos agricultores quanto às características ambientais inerentes do agrossistema da cabruca: biodiversidade, relações ecológicas, microclima, ciclagem de nutrientes, características físicas do solo, entre outras. A discussão destes temas possibilitou a melhor compreensão dos conceitos essenciais inerentes ao manejo agroecológico. Este presente relato consiste em uma síntese das principais metodologias empregadas ao longo deste curso.

SILVA, L. F.; GALATA, R. F.; CRESPI, D.; CRUZ, M. S.; CARVALHO, A., SANTOS, J. D., SORRENTINO, M.

O presente artigo busca contribuir com o debate sobre processos de formação em assentamentos e pré-assentamentos da reforma agrária em transição agroecológica. A experiência aqui relatada refere-se a construção de um método de trabalho construído de maneira participativa pela equipe do “Projeto Assentamentos Agroecológicos” - ESALQ/USP, na região do Extremo Sul da Bahia, juntamente com agricultores, agricultoras, fámilias e comunidades que almejam mais qualidade de vida no campo com produção de alimentos saudáveis, geração de renda e organização coletiva comunitária. Os processos de formação e a construção de metodologias e estratégias participativas tem se mostrado um eficiente instrumento para superação dos desafios que envolve as relações cotidianas na comunidade assentada e os novos aprendizados obtidos com o processos de transição agroecológica. Os deslocamentos, aprendizados da equipe, vivẽncias e os sentidos produzidos na interface Educação e Agroecologia são elementos de análise deste trabalho.

MATOS, Vítor A.¹; CRUZ, Mario S. S.; CRESPI, Danielly ; GALATA, Renato F.; CARVALHO, Aline; BERNARDES, Marcos S.

O cultivo da mandioca exerce um papel fundamental na soberania alimentar e econômica de muitas famílias camponesas do Extremo Sul da Bahia. Os índices de produtividade na região são pífios diante do potencial da cultura. Com o aprimoramento de técnicas simples como espaçamento, adubação, uso de materiais propagativos de qualidade e de variedades adequadas é possível alcançar bons ganhos de produtividade. Diante desse cenário, o Projeto Assentamentos Agroecológicos vem atuando no aprimoramento da mandiocultura através de capacitações técnicas e da transferência de materiais propagativos de alto valor agronômico para as comunidades envolvidas. Como resultados já alcançados, foram estabelecidos 2 Bancos Comunitários de Manivas utilizados como áreas demonstrativas de práticas agroecológicas, localizados em 2 pré-assentamentos nos municípios de Belmonte e Eunápolis.

MORAES, F. C.

A presente pesquisa de mestrado tem como principal objetivo contribuir para a compreensão da construção do conhecimento agroecológico para o estabelecimento de comunidades de bases sustentáveis, no atual contexto histórico de crise socioambiental. O estudo de caso
foi realizado no território relacional do projeto de extensão universitária “Assentamentos Agroecológicos” (ESALQ/USP), especialmente nas áreas de assentamentos e pré assentamentos no Extremo Sul da Bahia, e na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta “Egídio Brunetto”, pertencentes ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Para realizar uma abordagem interdisciplinar buscou-se os campos da Agronomia, Sociologia e Educação em sua fundamentação teórica e análise. O conceito de agroecologia foi compreendido através de uma abordagem ampliada, com destaque para sua dimensão social. Ainda, houve a necessidade de discutir a construção de conhecimentos a partir da complexidade e visão sistêmica. Desta forma, as discussões dos resultados apontaram que a construção dos saberes agroecológicos, para este território, está apoiada em três dimensões centrais, a saber: i) soberania alimentar; ii) engajamento e militância e iii) aspectos subjetivos (utopia, sonho e legado). Ainda, emergiram neste contexto a necessidade de diversificação dos espaços de ensino-aprendizagem, ou seja, a construção de saberes se dão nas escolas, nas áreas de cultivos coletivos e familiares, e até mesmo nos espaços públicos, como as feiras. Já os temas saúde, alimentação, Código Florestal e técnicas de produção agrícola foram os temas geradores abordados enquanto conteúdos necessários para os processos de aprendizagem. As dimensões metodológicas que são realizadas, ou necessárias para a construção dos saberes agroecológicos, foram compreendidas como: dialogicidade, práxis, iversidade de sujeitos educandos, contradição entre agroecologia e agronegócio, processos educomunicativos e saberes populares e tradicionais. Ainda, foram discutidas duas visões sobre o papel da Escola Popular, uma alinhada com a educação libertadora e mancipadora, e outra, transmissora de conhecimentos e de qualificação técnica. Em síntese, os saberes agroecológicos foram compreendidos por este trabalho como uma construção de conhecimentos que busca superar a racionalidade econômica e instrumental da agronomia moderna para a construção de uma sociedade mais sustentável e justa socialmente.

GALATA, Renato F.; CARVALHO, Aline; CRESPI, Danielly; CRUZ, Mário S. S.; SANTOS, João D.

O objetivo deste trabalho foi propor e construir soluções agroecológicas para o cultivo do milho a partir de problemas levantados pelos agricultores familiares de assentamentos da região do Extremo Sul da Bahia, fomentando a discussão para elaboração de tecnologias que incentive a transição para o cultivo orgânico de milho e outras culturas de roça. O local de desenvolvimento do trabalho foi o Prė-assentamento “Unidos Venceremos” no município de Porto Seguro/BA, considerada uma área em transição agroecológica. Os resultados desse trabalho demonstraram que a substituição de pesticidas por controle biológico foi muito importante para demonstrar aos agricultores que é possível controlar pragas com produtos alternativos e possibilitou a equipe abordar o assunto sobre fertilidade e estruturação do solo, incentivando a continuação com o trabalho sobre plantio direto e cobertura do solo.